sábado, junho 10, 2006

Consciência



O jornalista Juca Kfouri disse ao pasquim 21 que não acredita na capacidade do intelectual que não tenha seu jeans ralado nas arquibancadas de um estádio de futebol.
Este esporte que une em abraços, desconhecidos na comemoração de um gol, machões que se entrelaçam em alegria ou tristeza pela eliminação do seu time, que une simbolicamente um país durante uma copa do mundo, onde todos estão aliançados em torno de um pensamento comum.
Não se precisa mais de monarcas para simbolizarem a unidade do reino, e por consequência , o controle social. Nosso rei é o golaço do menino Leny do fluminense no cruzeiro pela copa do Brasil, são os três lençóis do gaúcho jogando pelo Barcelona em europeus de cinturas duras e expressões não crédulas. Nossos monarcas são os moleques que ralam seus pés no chão e sonham em calçar chuteiras de "fenômeno", de cinturas requebradas e origem marginalizada. Como Garrincha, dão o drible da vaca na pobreza, no desemprego, na exclusão completa, ou quase completa, pois cada um desses se sente acolhido e pertencido ao calor da torcida e a solidariedade das torcidas organizadas.
Tudo que a democracia liberal não permite à maioria, o mundo do futebol abriga, dando exemplo de como se organizam as "massas" em torno de um objetivo coletivo, onde todos, mesmo separados por lugares diferentes, são iguais.
O futebol têm muito o que nos ensinar.
É verdade que é o ópio do povo,versão mais sofisticada de amortecimento de consciência, mas me diga uma coisa, o que não é transformado em ópio na sociedade capitalista? Sexo, amor, política, educação, cultura, tudo é transformado em instrumento de alienação. Participar das festas dos excluídos, e também o somos, não nos faz menos conscientes para torná-las manifestações de expressão puramente populares. Transformação social, rima com alegria!
charge retirada do chargeonline -Melado

Resposta fenomenal!



















Henrique -Tribuna da Imprensa- chargeonline.com.br