segunda-feira, dezembro 10, 2012

"Memórias de chumbo"- Futebol nos tempos do Condor.

 
 
'Meu pai contou para mim,
Eu vou contar para o meu filho.
E quando ele morrer?
Ele conta para o filho dele.
É assim: ninguém esquece.'
Kalé Maxacali- Índio da aldeia de Mikael (MG)

'O futebol foi usado pela ditadura militar'. A frase é tão verdadeira quanto batida. A utilização do futebol para fins de propaganda não é um privilégio das ditaduras mas nelas esse uso é escancarado e, pela própria natureza autoritária deste tipo de regime, os limites desta utilização se ampliam tremendamente. 

Foi a partir desta repetida sentença que se iniciou essa história. A necessidade de sair e ir além desta óbvia formulação. Responder a diversas questões. O quanto o futebol foi utilizado pela ditadura militar no Brasil? Como? Quem? Em que momento foi mais utilizado? A que nível de utilização, vigilância e controle o regime militar chegou sobre a maior paixão dos brasileiros?

Foram meses de um mergulho profundo. Incontáveis idas e pesquisa nos mais diversos arquivos. Arquivo Nacional (Rio e Brasília), Arquivo do Estado de São Paulo, Arquivo do Estado do Rio de Janeiro. Contatos com quem já vinha pesquisando o período. Dezenas de entrevistas. Horas de gravações. Bibliografia sobre o tema vista e revista.

No decorrer deste caminho, a certeza de que era preciso ampliar o foco. Como se sabe, existiam pontos em comum, receituários e ações conjuntas entre diversas ditaduras do continente. Desde a década de 60 até culminar com a multinacional do terror, a Operação Condor. O futebol não esteve fora desse receituário de ações e modo de agir comum dessas ditaduras.

A certeza de que era preciso ir além do Brasil para contar essa história gerou 'Memórias do Chumbo - O Futebol nos Tempos do Condor', em quatro capítulos: Argentina, Chile, Uruguai e Brasil, que vai ao ar na ESPN Brasil entre os dias 18 e 21 de dezembro, nessa exata ordem. 

Um trabalho, com o perdão da auto-referência, ambicioso e pretensioso. Afinal, se não fosse assim, melhor nem começar. Ou traria novas respostas e olhares ou ficaríamos na velha frase-chavão. A pretensão era maior no caso brasileiro. Jogando em casa, a obrigação é sempre maior. Seria pretensão demais chegar de passagem ao país dos outros e descobrir histórias bombásticas. Ainda assim, no capítulo Argentina temos a confirmação, décadas depois, de histórias sobre as quais murmuravam-se coisas, mas não batia-se o martelo. 

Mas a grande pretensão nos países vizinhos era traçar um imenso painel do que foram aqueles anos quanto a essa relação 'Futebol x Ditaduras'. Contar essas histórias. Até porque, como verificamos in loco, essa memória tem sido mais bem tratada nesses locais. Na Argentina, inúmeros livros e documentários falam do tema específico. Uruguai e Chile não ficam muito atrás. Trataremos disso em outros textos. 

No caso brasileiro, esse mergulho profundo me faz ter certeza de algumas respostas para tantas perguntas. Muitas revelações absolutamente novas e provavelmente bombásticas estão ali. A quantidade de apuração conseguida me fez em algum momento achar que tinha um livro em mãos a ser publicado. Mas depois que Mário Magalhães lançou o espetacular "Marighella", botei a viola no saco. O novo parâmetro de exigência diante da obra passou a ser muito alto. É preciso um pouco de cara de pau para publicar algo depois de "Marighella". Seguiremos o trabalho mesmo depois da exibição.

Aliás, esse é um ponto importante nessa história. Somos muitas vezes arrogantes nesse ofício de jornalista. Achamos que nossos trabalhos esgotam assuntos. 'Memórias do Chumbo - O Futebol nos Tempos do Condor' é pretensioso por outras razões já descritas acima. Mas não por essa. Esse trabalho gostaria muito de, quem sabe, ser um clique para que muitos outros venham, de todos os lados. Jornalistas, pesquisadores... 

Ele responde a diversas questões, mas provavelmente nem a metade do que pode ser respondido ainda naquele período. Os arquivos brasileiros gritam. Nossa memória do período ainda não chegou nem no primeiro andar, por mais que livros (alguns ótimos) sobre o período estejam na rua. Com tanta bobagem sendo publicada e energia gasta em coisas patéticas, seria espetacular que um pouco mais de energia das mais diversas redações e profissionais fossem gasta para traçarmos essa memória. Nunca quis tanto que matérias ultrapassem o muito pouco que essas 'Memórias' alcançou.

Nesses meses de pesquisa e mergulho, muita coisa sobrou. Ligadas ao tema de certa forma e que não couberam no tempo de um capítulo ou mesmo coisas do arquivo que saltavam aos olhos e tinham que ser resgatadas do sono profundo no fundo de uma pasta.

Publicaremos algumas aqui até a exibição de 'Memórias do Chumbo - O Futebol nos Tempos do Condor'. Estaremos falando e convidando mais vezes aqui no blog, no Bate-Bola 1 e nas chamadas. No vídeo acima, um tira-gosto de chamadas. Lá no fim, deixo o nome de gente envolvida na história. Fundamentais para botar isso de pé e cujo ritmo na linha de produção vai sendo ditado por Fábio Calamari.

Acima de tudo, um sentimento comum passa por todo o trabalho, por todos os capítulos: é preciso contar essas histórias. Mais, muito mais do tanto que já são contadas. É preciso contruir a memória desse tempo vergonhoso do Brasil. Ao contrário do que alguns tentam passar, só contando é que passaremos por elas. Acima de tudo, se algo pode resumir tal sentimento, é a expressão que tanto ouvi nessas andanças pela nossa América: NUNCA MAIS!

MEMÓRIAS DO CHUMBO- O FUTEBOL NOS TEMPOS DO CONDOR
Quando: 
De 18 a 21 De dezembro 
Onde: Na ESPN BRASIL
Reportagem, roteiro e produção: Lúcio de Castro
Imagens: Luís Ribeiro e Rosemberg Farias
Edição: Fábio Calamari e Alê Vallim
Narração: Luís Alberto Volpe
Arte: Stela Spironelli 
Chamadas: Rodrigo Takigawa

quinta-feira, dezembro 15, 2011

O FUTEBOL


A história do futebol é uma triste
viagem do prazer ao dever. Ao mesmo
tempo em que o esporte se tornou
indústria, foi desterrando a beleza que
nasce da alegria de jogar só pelo
prazer de jogar. Neste mundo do fim de
século, o futebol profissional condena
o que é inútil, e é inútil o que não é
rentável. Ninguém ganha nada com essa
loucura que faz com que o homem seja
menino por um momento, jogando como o
menino que brinca com o balão de gás e
como o gato brinca com o novelo de lã:
bailarino que dança com uma bola leve
como o balão que sobe ao ar e o novelo
que roda, jogando sem saber que joga,
sem motivo, sem relógio e sem juiz.
O jogo se transformou em
espetáculo, com poucos protagonistas e
muitos espectadores, futebol para
olhar, e o espetáculo se transformou
num dos negócios mais lucrativos do
mundo, que não é organizado para ser
jogado, mas para impedir que se jogue.
A tecnocracia do esporte profissional
foi impondo um futebol de pura
velocidade e muita força, que renuncia
à alegria, atrofia a fantasia e proíbe
a ousadia.
Por sorte ainda aparece nos campos,
embora muito de vez em quando, algum
atrevido que sai do roteiro e comete o
disparate de driblar o time adversário
inteirinho, além do juiz e do público
das arquibancadas, pelo puro prazer do
corpo que se lança na proibida aventura 
da liberdade.
(Eduardo Galeano)

quarta-feira, maio 04, 2011

A bola corre mais que os homens.

  
Tenho 57 anos, mas nas Copas do Mundo, volto a ser o menino
de 14 anos que, em 1950, foi ao Maracanã ver uma vitória
esmagadora do moreno time brasileiro sobre uma então
vermelha Iugoslávia.

Tenho a memória de papai risonho e esportivo, aberto à
multidão que nos envolvia e ilhava como família, promovendo
a nossa dissolução em torcedores individuais e independentes.
Lembro-me igualmente da monumentalidade do estádio
e do barulho surdo da multidão que se acomodava como podia
dentro de suas entranhas. Multidão urbana alerta, interessada
e esperançosa, muito diferente da imagem consagrada dos
"populares", como ovelhas prontas para serem manipuladas.
E como a bola corre mais que os homens, testemunhava
o milagre do esporte de massa, lavando meus olhos com o verde-
amarelo de um Brasil que finalmente chegava à modernidade,
construindo o "maior estádio do mundo" e organizando o certame
que trazia ao nosso país milhares de "estrangeiros" que —
estávamos convencidos — eram superiores a nós.

Naquela tarde testemunhei a superioridade, vivi a vitória,
o respeito pelas regras e o papel da generosidade. Ficou no
meu coração a cara de um popular que torcia como um desesperado,
incentivando o Brasil com os mais cabeludos e embaraçantes
palavrões. O povo xingava e o Brasil goleava.

Numa consagrada crônica, Nelson Rodrigues, fala da "grãfina
de narinas de cadáver" que, em pleno estádio, pergunta
para o seu milionário acompanhante do momento, um desses
eternos Waltinhos, Diduzinhos, Jorginhos ou Olavinhos que
reinam nas nossas colunas sociais: "Quem é a bola?"
— Quem é a bola?

Hoje, em pleno calor do certame mundial e com os olhos,
a cabeça e o coração sintonizados na campanha do escrete brasileiro,
a pergunta aparece ainda mais insólita e surrealista.
E no entanto eu digo que a grã-fina estava absolutamente
correta, pois fazia, sabendo ou não, a grande pergunta. Ouso
afirmar, portanto, que, tanto no futebol quanto na vida, "quem
é a bola" é a grande, a única, a insofismável questão. De fato,
falar do jogador, do juiz, dos estádios, dos contratos, das táticas,
dos cartolas e do salário dos técnicos, como fazem todos,
é uma maneira ingênua e infantil de fugir do verdadeiro assunto:
o insondável e inefável caráter da bola. Porque, tirando
a bola, todos esses personagens que ela coloca a reboque e a
perseguem são seres racionais, logo quadrados e sordidamente
previsíveis. Só a bola, em sua plena, inocente e esférica irracioirracionalidade,
conforme viu a grã-fina, desperta dúvidas.

Pois o que conta no futebol não é bem a treinada vontade
humana, mas a sensual e caprichosa bola. Bola que simbo-
liza a gratuidade da vida e, de quebra, representa a sorte e o
azar. Bola que, como uma Capitu moderna, vai para onde não
queremos e, rendo movimentos indecifráveis, quase sempre
cai nos pés dos nossos inimigos. Bola que, como uma Carmem,
nos deixa loucos de ciúmes porque, depois de seduzir um primeiro,
acompanha desavergonhadamente um segundo e, em
seguida, flui natural e dengosamente para os sujos pés de um
terceiro. Bola que, como esse final de milênio, é imprevisivelmente
redonda e balofa, prenhe de rodopios, efeitos e movimentos
imprevisíveis. Bola, afinal, que se transforma em coração
e bate (surda, muda e absurda) dentro dos nossos peitos
sobejamente abandeirados.

Essa bola que tentamos domesticar, segurar e "comer".
Sem ela, poderia haver jogo, mas não haveria grandeza e ritual.
Pois a bola representa insegurança, descontrole e, é claro, o sal
da vida. Essa vida que nós temos que disputar com garra e
altivez como se cada dia fosse uma final de Copa do Mundo.
Bola que jamais será totalmente nossa.
Bola que corre mais que os homens...

Roberto Damatta  ,antropólogo e torcedor do Fluminense

quarta-feira, julho 07, 2010

"...brigam ESPANHA e HOLANDA pelos direitos do mar..."


 Dica de José Trajano, muito bem lembrada para ilustrar a final inédita em copas do mundo, do disco sentinela(1980) do grande Milton Nascimento e o mito Leila Diniz

"Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
O mar é das gaivotas
Que nele sabem voar
Brigam Espanha e Holanda
Pelos direitos do mar
Brigam Espanha e Holanda
Por que não sabem que o mar
Por que não sabem que o mar
Por que não sabem que o mar
É de quem sabe amar."

domingo, julho 04, 2010

"A ficha deles não é limpa".

Carta Capital do mês de junho vem com reportagem("A ficha deles não é limpa") e entrevista do jornalista banido inglês, Andew Jennings, que fala sobre o poder político da FIFA e entidades como a CBF,que acumulam fortunas em detrimento dos clubes,inclusive os mais badalados da Europa como o Manchester United que possui um dívida de 820 bilhões de dólares,seguido por Real Madrid e Chelsea.No Brasil, os clubes vivem de pires na mão com dívidas gigantescas.

 FIFA e CBF, segundo "Carta Capital" se utilizam de um poder político,entrelaçado com os poderes nacionais e de grandes coorporações envolvidas com o futebol que superam a força política da ONU.

O jornalista Juca Kfouri (Folha, CBN,ESPN) diz que uma Copa do Mundo no Brasil significará a "perda de soberania" do país.Legislações serão modificadas para atender às necessidades de acumulações de Capitais faraônicos por parte da FIFA. Ricardo Teixeira,imperador da CBF,deseja vôos mais altos do que a direção vitalícia da CBF,e com certeza , não poupará esforços para que a Copa 2014 seja seu tranpolim.

"Futebol e Consciência" ficará de olhos bem abertos para qualquer tentativa de sangrar os cofres públicos brasileiros! Leia entrevista com o jornalista ,dada à "Carta Capital":
CartaCapital: Por que o senhor é o único jornalista do mundo com acesso proibido nas entrevistas à imprensa com Blatter?


Andrew Jennings: Porque há anos procuro em vão ter respostas do chefe da Fifa sobre corrupção e propinas, baseado em muitos documentos “confidenciais”. Com muita probabilidade cansou-se de não responder e preferiu condenar-me ao ostracismo, o que de certa forma me deixa orgulhoso. Quer dizer que mister Blatter tem medo das minhas perguntas.



CC: Em quanto importa, segundo o seu parecer, a quantia das propinas pagas pela Fifa nos últimos 20 anos?

AJ: Segundo estimativa do tribunal de Zug, na Suíça, o valor, limitado apenas aos anos 90, é estimado em aproximadamente 100 milhões de dólares. Todo esse dinheiro acabou nos

bolsos dos funcionários esportivos que estavam sob contrato, quase todos eles com a Fifa.

CC: Quando o senhor começou a recolher as primeiras provas da corrupção?

AJ: Trabalhei durante anos sobre o tema corrupção na Fifa, juntamente com um colega alemão. As nossas suspeitas eram fortíssimas, mas não tínhamos provas porque a ISL, a sociedade que geria antes o marketing e em seguida os direitos de tevê da Fifa, era uma companhia fechada. Impossível receber informações transparentes sobre suas operações de balanço. Todavia, quando faliu de forma fraudulenta, seus livros contábeis foram colocados à disposição dos curadores falimentares, bem como dos tribunais. E foi justamente nos tribunais que tivemos a confirmação, com provas, daquilo que suspeitávamos, mesmo se a realidade superava a nossa imaginação.


CC: A corrupção na Fifa como e quando começou?

AJ: Em 1976, o então presidente da entidade, o britânico Sir Stanley Rous, foi deposto. Ninguém podia corromper Stanley. Em seu lugar entrou o brasileiro João Havelange, que era muito corrupto. Foi ele quem inaugurou o “sistema”, recebendo propinas via ISL.



CC: Sua afirmação é grave. Ela se baseia em quê?

AJ: Em testemunhos que recolhi de ex-integrantes da Fifa, altos dirigentes. E em documentos.



CC: Havelange chega e traz Ricardo Teixeira. Com qual resultado?

AJ: Um boom de corrupção. A imprensa suíça escreveu que Havelange e Teixeira embolsaram a maior parte das propinas. No decorrer da transmissão do programa Panorama, da BBC, perguntei em três ocasiões a Sepp Blatter o que ele sabia sobre as propinas embolsadas por Havelange e ele sempre ficou calado. Pedi também informações de uma específica propina, mas também neste caso Blatter fez cena muda.
CC: De qual propina se tratava?


AJ: De 1 milhão de francos suíços que deveriam acabar nos bolsos de Havelange. Por um erro foram depositados numa conta da Fifa, provocando o pânico entre os dirigentes honestos da organização. Posso garantir que havia três pessoas numa sala da Fifa quando chegou aquele pagamento: Sepp Blatter e outros dois altos dirigentes. Falei com estes, que me confirmaram que o destinatário da propina era Havelange. Um dos dois entregou uma declaração oficial e assinada aos advogados da BBC, na qual afirmava que, em caso de processo por parte da Fifa contra mim e a BBC, ele compareceria no tribunal para confirmar que o pagamento era para Havelange. O mesmo, porém, pediu para não ser citado na reportagem que foi divulgada pela BBC, e que qualquer um pode apreciar na internet.



CC: O pagamento teria sido feito por quem?

AJ: Pela ISL, no início de 1998.



CC: E o que há em relação a Teixeira?

AJ: Bastaria olhar os documentos da acusação criminal depositados à margem do processo de Zug. Em relação aos depósitos feitos pela ISL, há um para a Renford Investment Ltd, sociedade controlada por Havelange e Teixeira.

Craques com habilidade do "salão",nós temos muitos!

Alemanha joga um futebol que nos inveja.Lembremos que quando Balack se machucou, foi chamado imediatamente Muller,candidato a craque da Copa.Ozil é outro garoto que esbanja qualidade técnica, habilidade e obediência tática.Em suma, é um grande time que joga com beleza e competitividade,com um técnico que sabe montar um time.E pensar que como estes craques, nós temos pelo menos alguns que não foram convocados! E por falar em técnico, será que sua qualidade é motivada por sua habilidade no salão?

sexta-feira, julho 02, 2010

Perdemos a Copa.Perdemos a identidade cultural.


Entre tantos motivos para a eliminação do Brasil na copa, gostaria de levantar um que não faz parte das resenhas esportivas.

Acredito no futebol que seja competitivo sem perder seu aspecto de arte,de inusitado, que mais do que em outras nações, temos em abundância, o talento individual.Este talento é colocado de lado de forma muito frequente, graças a identificação que "temos" com os esquemas táticos europeus,modelo de organização, onde a obediência tática assume o vazio da habilidade com a bola.Possuem técnica e obediência tática,mas não a habilidade que abunda em nossas terras.

O que é importante ressaltar, é que imitamos os outros não só no futebol,acredito que perdemos nossa identidade cultural,por isso o que é de fora é sempre,ou pelo menos parece, sempre melhor.Alguns já até falaram que tinhamos um complexo de vira-lata. Perdemos o referencial cultural , o que é característico da globalização homogenizadora. É possivel perceber que esta invasão cultural é mais poderosa aqui do que na América espanhola, onde se guarda a essência enraizada. O que temos de melhor é menosprezado no futebol quanto na música,onde aí sim, a firula pop esconde  o que é da raiz.

O rebaixamento cultural patrocinado pelos meios de comunicação e por uma escola basicamente memorizadora de conceitos, a falta de "caráter" cultural(como apontava a semana de arte moderna de 1922)das classes médias , são as principais causas da derrocada das nossas incríveis manifestações culturais originais.E o futebol não fica de fora.

Celeste no topo!

Viva a celeste olímpica! Que o "sol de maio" uruguaio volte em definitivo ao topo dos grandes.Eduardo Galeano(autor do texto de entrada do blog) deve estar exultante.Parabéns!

sábado, junho 19, 2010

País da Copa tem campo de concentração de excluídos!

Anelka fala:



Será que algum jogador brasileiro quer tomar a palavra?

quinta-feira, junho 17, 2010

Maradona entrevista Fidel

Copa do Mundo?

Estive tentando ver jogos de futebol na Copa do Mundo ,porém só estão passando Vasco e Palmeiras.Acho que adiaram a copa e ficam repetindo o pior jogo de futebol de todos os tempos.

"Isto não..."

"isto não é um cachimbo"

"Isto não é técnico de futebol"



"Isto é um MC(Mestre de cerimônias)"

terça-feira, junho 15, 2010

FIFA CALOTEIRA !


Enquanto a FIFA enche seus cofres juntamente com a classe dominante sul africana,trabalhadores sofrem com promessas não cumpridas.Desrespeitando acordo trabalhista prestadora de serviços à FIFA  dispensa trabalhadores responsáveis pela segurança dos estádios:

"Queríamos que a festa continuasse sendo uma festa. Mas realmente nos tratam mal demais", desabafou uma funcionária da sociedade Stallion Security de Durban, sob condição de anominato. "Aproveitam-se (do fato) de que somos pobres", reclamou.
O motivo de sua irritação é claro: a ela foi prometido um salário diário de 180 rands (17 euros) e um prêmio especial, mas diz que só recebeu 120 rands.
Depois que os funcionários da empresa pararam de trabalhar, as forças de ordem sul-africanas assumiram a responsabilidade dos controles de segurança.
Os problemas começaram no domingo, em Durban, depois do jogo entre Alemanha e Austrália.
Enquanto em vários países os jogos podem levar a confrontos entre torcedores e policiais, na África do Sul foram os serviços de segurança que foram reprimidos duramente pela polícia em Durban por terem organizado uma manifestação espontânea.

Segundo  os trabalhadores, a FIFA deve se responsabilizar pelo calote nos salários!

quarta-feira, junho 09, 2010

Curtinhas:

-"Golear a Tanzânia é bullying." Ricardo Ono


-Tevez diz que Jabulani é feia!















-Maradona diz que é a "Argentina de Messi, Maradona e Che Guevara".

Entrevista exclusiva: Jabulani.

Bola da copa sai do silêncio,interrompe a concentração e vem a público reclamar que está bem e diz que jogadores como Felipe Melo não tem capacidade de avaliá-la, pois tem pouca intimidade com sua espécie, ainda, diz que precisa de carinho e está bastante magoada com os volantes brasileiros que invadiram a África do Sul: "volantes, geralmente, quando nos aproximamos deles e olhamos em seus olhos, percebemos o desespero para nos mandar para longe.Faltam carinho e intimidade." Jabulani acrscenta que tem certeza de sua participação nas finais da Copa da África , e que não tem a mesma certeza se Felipe Melo vai estar presente:" Do jeito que é nervozinho, provavelmente irá dar uma pancada em algum coreano aos dois minutos do primeiro tempo e pegar 10 jogos de suspensão". Jabulani acredita que seu amante Kaká, pode voltar a lhe fazer carícias durante o torneio, desmentindo assim o rompimento da relação.

segunda-feira, junho 07, 2010

"Estranha"


Sócrates
Estranha a postura da Seleção Brasileira neste amistoso contra a Tanzânia. Aparentemente sem muito estímulo para encarar a partida como preparação, a equipe claramente se absteve de buscar melhorias em seu jogo coletivo. Se individualmente podemos assimilar o sentimento de que antes de tudo é necessário evitar possíveis lesões às vésperas da estreia na Copa, seria interessante que se buscasse um melhor entendimento entre as linhas do time. Como, por exemplo, a cobertura na lateral esquerda, ausente que foi nestes dois amistosos, demonstra que teremos problemas por ali no enfrentamento com estruturas mais qualificadas.
Não podemos de forma nenhuma avaliar estes jogos amistosos pelo resultado final ou mesmo pelas oportunidades oferecidas aos adversários, já que o ritmo é proporcional ao interesse dos jogadores. E sim pelo comportamento que demonstraram. E aí acredito que perdemos boas chances de crescer em entrosamento.
Outro fato relevante neste instante é o estágio físico de alguns atletas importantes como Kaká e Luís Fabiano. Eles mostram que estão longe da forma física ideal e devem disputar um Mundial muito abaixo de suas possibilidades. Como seus substitutos são ou de características diferentes e/ou tecnicamente inferiores, a perda de qualidade da equipe será sentida desde a estreia.
Aliás, poucos, como Robinho - de quem deveremos esperar o melhor desempenho - estão no auge físico. E isso não é nada bom para quem está a uma semana da primeira partida de um Mundial.

segunda-feira, setembro 07, 2009

Nó na garganta.

Mente quem diz que não sente
mas o fluminense é mais que o atual
espetáculo deprimente
Quem achou que a conquista viria
razoavelmente
Não achou que tal diretoria excrescente
iria abdicar
de ser decente
mente quem diz que não sente

Somos dez milhões de almas descrentes

Que o bom futuro desaloje estes
com a mente cadente

Quem dirige meu clube
mente desavergonhadamente
desvia recursos fragorosamente

Mente quem diz que não sente
que o presidente deve sair rapidamente para
finalmente eu ter

meu fluminense novamente.

quinta-feira, julho 31, 2008

FLU-FUTURO

Por Alethéia Laranjeiras

Tenho que lembrar à todos que Renato Gaúcho em um ano à frente do comando do Fluminense foi campeão da Copa do Brasil, quarto colocado no campeonato brasileiro e finalista da Copa Libertadores. Que técnico de futebol no Brasil tem este currículo em um ano?

No entanto, a perda de quase todo o time titular, tendo por consequencia, seguidas partidas de péssimo futebol, fez com que o clima ficasse ruim para a permanência de Portalupi sob o comando do time.

Não podemos mais esperar pela sorte ou pela capacidade de um dos nossos bons jogadores resolverem as partidas sozinhos. A atuação coletiva do Flu não inspira nenhuma confiança, desde muito, desde à própria Libertadores pudemos ser agraciados com as bençãos de João de Deus para resolvermos as partidas à nosso favor juntamente com a capacidade técnica dos nossos jogadores.

O erro maior foi no início do ano Renato ter abalizado nosso elenco como bom, quando na verdade, tinhamos um bom time, o melhor em 23 anos, com um banco medíocre. Sentimos isso durante a própria competição internacional e agora sofremos mais ainda, com a perda, seja por contusão, convocação ou suspenção de boa parte do nosso time titular.

Mas será que a responsabilidade pela má fase do Flu é toda do Renato? Claro que não! A maior responsabilidade pelo caos instalado é da diretoria que não estava preparada para a "surpresa" da final, que empurrou o campeonato brasileiro com a barriga(e que barriga!) com um time de reservas lamentável.

A lentidão com que a diretoria toma decisões importantes não pode ser confundida com responsabilidade.Precisamos de um elenco de qualidade e segurarmos com todas as "armas" financeiras os Tiagos.

Agora, quem sería tão competente para assumir o cargo de treinador, a ponto de reunir capacidade tática e promoção de estabilidade emocional ao grupo nos momentos difíceis pelos quais passamos?

Luxemburgo e Felipão, que são os melhores, são impossiveis neste momento. Será que Parreira conseguiria juntar os cacos das laranjeiras? Pois se for trocar o comando técnico, não vejo muitas alternativas de qualidade.

Renato é um bom técnico, adquiriu experência, fez um belo trabalho, e o que nos proporcionou desde o ano de 2007 vai ficar pra sempre na memória de todos os tricolores.Renato nós lhe agradecemos do fundo do nosso coração, porém, o desgaste pelo qual está passando, você não merece e tão pouco nós torcedores merecemos.

terça-feira, julho 22, 2008

Fluminense:106 anos


Por Alethéia Laranjeiras.


" O Fluminense nasceu com a vocação da eternidade.Tudo pode passar. Só o tricolor não passará Jamais". Esta frase do Nelson Rodrigues sintetiza a paixão de 10 milhões de pessoas que seguem fiéis ao único tricolor nas vitórias e nas derrotas , o manto de três cores é carregado com cada vez mais amor por torcedores do mundo inteiro, apaixonados em qualquer canto do mundo. Parabéns Fluminense pelos 106 anos neste 21 de julho de 2008!

Veja o vídeo dos 106 anos de glórias em

http://br.youtube.com/watch?v=8G7gdQehRMU&eurl=http://colunas.sportv.com.br/jogoaberto/ ou click no link do título da postagem.

segunda-feira, julho 14, 2008

Jornalismo sim! Flamenguismo não!


Por Alethéia Laranjeiras


Publico aqui um desabafo em forma de petição circulando pela internet. Se bem que podemos dizer que este desabafo poderia ter partido de qualquer coração clubistico carioca, em qualquer momento deste século XXI.


Jornalismo sim! Flamenguismo não! Espaço, tratamento digno e bom senso na cobertura de todos os clubes. Fora editores de esporte de O Dia! Fora editores de esporte do Lance! Fora editores de esporte do sistema Globo! Por uma imprensa esportiva mais isenta e responsável!

Parece ter sido bem dolorosa para alguns coleguinhas de imprensa a eliminação vexatória do Flamengo, na recente Libertadores, diante do América. Deve ter sido um tanto frustrante para os torcedores rubro-negros, que piamente acreditam nas mentiras veiculadas pelos vendedores de papel, ver seu time do coração ter saído (mais uma vez) de forma humilhante da competição mais importante do continente. Sem dúvida, para alguns mascarados jogadores do clube da Gávea, o papelão feito no Maracanã marcará negativamente as suas carreiras.

Entretanto, meus senhores, nada explica o flamenguismo emulado nos últimos dias pela imprensa carioca, tentando transformar a derrota (injusta) do Fluminense numa conquista rubro-negra. Nada explica, meus senhores, a mobilização da imprensa e o grande espaço dado às criações “irreverentes” dos frustrados flamenguistas, como a “Ligas Dos Urubus” e a “Fla-Boca”. Nada explica, meus senhores, a criação de factóides irresponsáveis atrás de factóides irresponsáveis, acirrando rivalidades e estimulando brigas para se vender meia dúzia a mais de jornais. Meus senhores, do alto de suas arrogâncias e irresponsabilidades diante de um teclado, isso não é jornalismo. Será que pautas inteligentes são tão trabalhosas assim? Será que ainda há vida inteligente nas redações?

Quinta-feira, dia 3 de julho, além de abalados pela perda do título, nós, torcedores do Fluminense, vimos que somos estrangeiros no Rio de Janeiro. Assim como são os torcedores do Vasco e Botafogo, quando seus times começam a ofuscar o “clube das massas”. Em nada essa imprensa esportiva do Rio de Janeiro, mais afeita ao oba-oba do que ao jornalismo, representa a mim ou ao meu clube de coração. Em nada, essa imprensa esportiva do Rio de Janeiro apagará a felicidade que senti com o Fluminense nesta Libertadores, calando a boca de visionários de araque e críticos míopes. Em nada, essa imprensa esportiva do Rio de Janeiro, ofuscará a linda festa feita pela torcida tricolor durante toda a nossa campanha. Em nada, essa imprensa esportiva do Rio de Janeiro esmaecerá o meu orgulho de ser tricolor!
http://www.petitiononline.com/flanao12/petition.html

quinta-feira, julho 03, 2008

Fluminense 2008 - eterno amor!


por Alethéia Laranjeiras




O Fluminense fez uma campanha de encher de orgulho qualquer um que tenha visto um jogo desta Taça Libertadores 2008. Jogos como aconteceram contra o Arsenal, São Paulo e Boca ficarão gravados na memória da cultura do futebol deste país.O espetáculo do torcedor nas arquibancadas se tornarão um paradigma de como expressar sua paixão por um clube. Não há motivos para caça às bruxas ou desmanche, este time demonstrou garra o torneio inteiro, mesmo aqueles inferiores tecnicamente. Torcedores adversários riem segurando o pau da bandeira dos outros, mas precisam mostrar mais do que mostram em campos e arquibancadas. O trabalho foi correto, os erros claro deverão ser corrigidos, mas a alegria deste ano ficará marcada. Não faltou humildade, até porque quem toma de quatro não pode se dar ao luxo desse sentimento.O discurso foi correto para estimular a torcida que é incendiária em sua paixão e amor pelo clube. Mais uma vez , repito Nelson Rodrigues: "pior para os fatos". O melhor e mais bonito futebol foi mostrado pelo nosso time e não deve ser apagado pelo infortúnio de uma derrota nos penaltis. Que venha o Brasileirão, que começa para nós agora, precisamos de paciência e logo voltaremos para a Libertadores.

segunda-feira, junho 30, 2008

Óbvio ululante: tricolor acima do bem e do mal.




Se achares que tudo está perdido,pense como dizia este altivo velhinho aí de cima, "pior para os fatos". O mito grego existia em prejuízo do pensamento, segundo os filósofos pós-socráticos. O Mito carioca é este clube que carrega em sua História vitórias épicas, acima da razão e da lógica cartesiana, pairamos sobre os técnicos do pensamento e prestaremos homenagens póstumas aos analistas frios e calculistas que de calculadora na mão, não poderiam prever a arte e a beleza do esporte que carrega multidões, um século antes do surgimento do método,da técnica e da vida.Viva Nelson Rodrigues, que nada enxergava, porém tudo via!

quinta-feira, junho 26, 2008

Torcida Tricolor: Coração Valente!

Por Alethéia Laranjeiras


O time do Fluminense sofreu com a altitude de Quito contra a LDU. A minha certeza vem da forma como os jogadores, principalmente da defesa, estavam atrazados com relação aos lances. Mas cito Nelson Rodrigues para emblemar meu otimismo:

"A verdade incontestável é que ninguém ganha da forma como nós ganhamos. As vitórias dos outros são simples, quase sem graça. Algumas beiram a banalidade, ao ridículo, as nossas não. As nossas são cardíacas. As dos outros são previsíveis, esquecidas ao apito do primeiro jogo do próximo campeonato, as nossas são inesquecíveis. Por todos, por nós, pelos adversários e até pelo mais indiferente leigo. As nossas vão da extrema falta de perspectiva, do máximo sofrimento, da crueldade, ao êxtase, ao épico, ao apoteótico. Tudo junto, quase sem fronteiras entre esses opostos."

domingo, junho 22, 2008

Festa da torcida banhada à covardia.


por Alethéia Laranjeiras



Quanta indignidade nas vendas de ingressos para a final da Libertadores.Principalmente por parte da diretoria.Existe acusações de que 25 mil ingressos foram vendidos para um banco e um empresa de refrigerantes. Testemunhas(torcedores sem ingresso) viram em todos os cinco pontos de venda a atuação de cambistas com as mãos cheias de ingressos que acabaram em menos de duas horas nos postos de venda. E mais, como não podia ser diferente, no Rio de Janeiro todas as ilegalidades possuem o envolvimento da polícia militar. Vídeos feitos por torcedores e até por redes de televisão mostram os policiais exagerando(como sempre) na violência sobre torcedores que já estavam há horas em filas e um PM comprando vários ingressos,sendo que cada pessoa nas filas só podia adquirir duas entradas. Alguém já viu cambista preso? Houve até um torcedor preso por engano com dois ingressos na mão acusado de ser um deles.São tantos os depoimentos sobre as irregularidades que nem caberia citá-las todas aqui. Mas aqui cabe a indignação.

Quanto a afirmação sobre a ação ilegal da Polícia Militar do Rio de Janeiro, basta olhar os noticiários sobre chacinas, corrupção,milícias para-militares, transportes ilegais e etc. Será que tudo de ruim está contido nesta instituição? É preciso pensar com seriedade na desmilitarização desta polícia ou mesmo do fim desta instituição que herdou da ditadura militar o sentimento de que estão acima da lei. Autoridades lavarão as mãos até quando? Ou até quanto($)?

Leia "BARBÁRIE" em
http://www.tricolordecoracao.blogspot.com/